domingo, 15 de fevereiro de 2015

Quando nasci, ouvi:
 vai!
Não importa onde: 
vai!
veja muitas coisas, tenha olhos do coração para tudo
ame, incondicionalmente tudo que vier pela frente
sonhos e desilusões
graças e gracejos
amores mal feitos, abraços não dados, 
beijos!
Quando nasci, ouvi: 
vai!
veja beleza em tudo, até nas pedras
olhe bem para elas com olhos do coração.
veja seus contornos, sem abrir os olhos
apenas passando-lhes a mão
sinta o pulsar da vida na inércia da pedra: 
ela vive!
quando nasci, ouvi:
 vai!
beba de todas as águas, as doces e as amargas
as que fazem bem ao fígado e as que adoçam o coração
sorva de todas elas, e beberá da sabedoria da natureza.
quando nasci, ouvi:
 vai!
olhe tudo e todos com olhos de curiosidade
daquelas bem argutas, de quem quer aprender tudo num só olhar
não pergunte, apenas olhe, pois há sabedoria em observar.
quando nasci, ouvi:
 vai!
siga sua trilha, tenha cabelos brancos
de inverno frio e implacável, e quando eles vierem
ao olhá-los lembrar-se-á de suas primaveras
então olhe para trás e veja todas as flores de seu caminho
veja as folhas caídas, as pedras dos caminhos e os pássaros
dos ninhos.
veja a curva do rio, 
por onde passaste tantas vezes
curve-se ante a beleza da água límpida que refletirá um pouco de si
então veja o reflexo de Deus 
no amoroso e luminoso raio de sol
que adentrar teu coração.
Essa e a verdadeira visão de tudo
Do amor incondicional que tudo suporta,
Do tamanho das comportas
De todas as emoções do mundo
Vá, veja, ouça, sinta, prove, beba...
Só não minta para teu coração:
Ame incondicionalmente teu irmão
E estará amando a Mim.
Quando nasci, ouvi:
vai!
Vim!

Estou aqui, você me vê?



15/3/2009

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Eu sonhei um sonho estranho.
Sonhei com uma estranha árvore:
De um lado era uma laranjeira,
De outro, uma macieira.
E eu a chamei de árvore do engano.
Embora frondosa e majestosa,
suas sombras eram traiçoeiras.
Faziam com que o viajante incauto, inocente e confiante
se visse envolto e preso em seus galhos como num abraço de serpente.
O que deveria ser guarida de jornada longa e cansativa,
transformava-se em armadilha cruel.
Seus galhos, como braços fortes, não protegiam: asfixiavam.
Suas folhas, embora verdes, brilhantes, e aparentemente tenras,
eram amargas e toxicas;
jamais forneceriam revigorante chá ou bálsamo para feridas profundas e dolorosas.
Em meu sonho, eu tentava obter uma pequena árvore daquela espécie;
acreditava que com amor, carinho e dedicação,
 eu conseguiria transformá-la numa arvore de um só doce fruto.
Eu estava errada,
embora tenha despendido anos de dedicação amorosa,
a árvore jamais deu um único doce fruto.
Toda sua produção era de lindos, brilhantes e magnificamente robustos frutos;
 infelizmente, nenhum era tenro e doce.
Era a árvore do engano;
mostrava uma coisa e era outra completamente diferente.
O mais estranho e que essa árvore tinha duas raízes completamente iguais,
e somente quem a amasse exatamente como ela era,
podia vê-la em sua profundeza:
Uma pobre árvore destinada a ser solitária.
Ela gostava de se esconder atrás de uma aparência magnifica
para atrair desavisadas criaturas
e chacoalhar seus galhos sobre elas:
era a risada da árvore ante a inocência dos pobres e humildes viajantes,
e ao mesmo tempo,
era o choro de pesar da árvore ante sua infinita desdita.


Pobre linda árvore!

09/12/2014 - 11:22 p.m.- doradbrazil ( um sorridente peixe fora d'agua )

domingo, 11 de janeiro de 2015

WRONG WAY


Você pisou na bola.
Pisou feio!
Escorregou no tomate.
Escorregou feio!
Trocou os pés pelas mãos
Trocou feio!
Perdeu a direção, 
Meteu o pé na jaca
Fez caca
E agora , Jack, Jake,
joke, fake...
Dançou...
Ficou feio!
Ficou...

1/9/2014

Indagacoes

Não pergunte-me a respeito de amor;
Pergunte-se!
Se conseguir essa resposta dentro de si
saberá um pouco de mim.
Apenas um pouco,
porque o restante da resposta a sua indagação
eu desisti de tentar saber,
de tentar entender.
Eu sei de mim, somente de mim,
e posso dizer-te que aprendi muito sobre você;
e uma das coisas mais importantes
é que você só gosta de si, e ai
                                                                   Bem garoto,
o tempo ensina algo sobre sentires e sentimentos.
Ele tem-me dito com voz cálida e mansa porém firme:
se você gosta mesmo de si própria,
cuide do seu próprio sentir
porque aquele eterno menino
não tem nada dentro do peito para te oferecer,
lembra?
Ou esqueceste do boneco sem coração
que guardaste na caixa de sapatos?
Aquela velha caixa de sapatos
da moça velha da casa amarela...
Lembra?

 7/11/2014

sábado, 10 de janeiro de 2015

The secret

Today I again read a poem of you...
Ahhh... I almost could see your smile when writing
That smile that only winners know how to give without any sketch smile.
Mistery that only someone else who can connect essences can see.
I chuckle alone, I flew, I've been close for a moment as as short landing bird.
And... I flew back to myself, to my loneliness full of memories.
Injured birds also know  to recover and when they can not do, they fly away from the scene of his pain, to hide their own.
Today, I read another poem of you.
And I pay tribute to you and your essence, whitout revealing my own.
Today, when I read another poem of you
I put all the words in a very secret place
And only one blessed hope could find.
And to keep the secret
I hide my identity behind my Mona Lisa smile.
Leonard could not find out the truth.
Unless he love me

...meia noite.


Você encerrou a noite quase em desespero
como se mil demônios o perseguissem.
Cansaço ou desencanto?
Qual o canto que desencanta seu cansaço?
Qual o desencanto que emudeceu seu canto?
O tom da sua voz era cansaço, desencanto ou pranto?
Ao final da noite, naquele canto de quatro paredes,
o canto era o gritante silêncio daquela voz em desencanto.
Não era canto
era o pranto emudecido pela voz do coração que dizia:
mais um dia se foi
e eu continuo aqui
olhando a pedra de gelo solitária no meu copo vazio e frio.

9/13/2014- 8:13 PM to 12:04 AM