sábado, 30 de dezembro de 2006

À PRIMEIRA VISTA



O olhar cruzou rápido
como relâmpago
suspenso pelas vibrações
prenhes de energia pulsante...
Ganhou vida
Rasgou o tempo
Cravou no espaço
a vontade livre
onde o desejo jazia esquecido...
A força dos olhares
soprou as chamas encobertas
pelas cinzas da solidão.
Reacendeu o fogo da paixão
violentas lavas tomando, dominando
aqueles que estavam perdidos
Bailando pelos poros,
a pele sequiosa
falando em sentidos mudos
do desejo aceso
avivado pela língua ardente
e ensandecida do beijo
nas bocas que se consumiam
comendo-se afoitas...

Lá fora...

a chuva...

caía....

quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

TEU BEIJO





Inteira vontade
Inteiro lampejo
Que arde
Em frustradas
Estradas não trilhadas
Da saciedade
Do teu beijo
Inteira
Certeira
Completa
Ternura
Paixão
Tesão
Desejo!
27/12/2006

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Mas...te perturbando!...



À beira dos lábios
Se abre
A Concha
Revela
A Pérola que recebe o afago
Da mão que adentra rápida, indomável
Violenta serpente sedenta
Cheia de ardências
Que fervem em lavas que correm
Nas veias
Cavas, aortas
Portas
Que engolfam volúpias
Em borbulhante sangue
Alimento da carne fremente
Tremendo de vontades insatisfeitas
Em golfadas de espasmos
Olhos revirados
Acalma...
... e deita...
Prazer solitário...
...aceita...
18/12/2006

ORGASMO

Presa pela nuca
Aos dentes do macho sol
Exaurida em desejos,
Ardente lua Vestida
Do lençol dourado que a cobre nua
É pelos açoites dos beijos dos ventos
Despida para ser violada
Pelo consorte falo madrugada
Dos raios do astro rei.
Pelas coxas mastro cingida
Em galope de lança aríete erguida
É conduzida em vôo de pégasus
Gloriosa viagem
Sexo sem pouso
De interminável gozo!

18/12/2006

terça-feira, 28 de novembro de 2006

A FLOR QUE VOLTA A TI


Em meu sonho
Você diz que me amou desde sempre
Em meu sonho
Você conta do teu amor que ainda existe
Em meu sonho
Você falará para sempre do nosso amor
Que a todo tempo resiste
A qualquer contratempo
Mesmo contra o tempo
Mesmo contra o vento
Mesmo contra o mal
E o bem que é esse amor
Triunfa afinal
Pois o amor não é sonho
É a única coisa
perfeitamente real
28/11/200603
15:11

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

DECLARAÇÃO DE AMOR



Se acaso um dia
Uma única chance eu tiver
Do meu amor te falar
Declamar meu sofrimento
Por em silêncio, te amar
Terá que ser, será
Bem de perto.
Não sei ao certo
Se um dia acontecerá
Mas se acontecer
Do meu amor irei dizer
Proclamarei meu querer
Por você vida minha
Razão do meu viver
Mas como fazer
Para esse amor
Entregar a você?
Meu amado, meu homem
Meu bem querer!
Se te busco e não te acho
Não ouves quando te chamo
E grito teu nome
Em minhas noites insones
Revirando na cama
Consumida em chamas
De pura paixão
Sofrida, dolorida
Em ecos-lamentos
Dos meus tormentos
De total solidão?
Se acaso, um dia...
09/11/2006

domingo, 29 de outubro de 2006

CONFISSÃO



Pela rua deserta
Estava eu andando
Mas não desacompanhada
Vinha de mãos dadas
Com meu eterno namorado
Andando lado a lado
Ora em teus braços
Ora te carregando
Entre beijos e amassos
Nas páginas do meu caderno
Teu retrato me sorriu
Entre um e outro beijo terno
Acheguei-te no regaço
Quente, palpitante
Levando teus lábios ao seio
Com meu amor te alimentando
No calor gostoso do sol
Beijando meus cabelos
Contei-te meu segredo
E agora entre os dedos
No papel o lápis deslizando
Falo uma vez mais sem medo
De forma franca e aberta
Que vivo pensando
Que vai por você ser descoberto
Que vou morrer
Te amando
E quando esse dia chegar
Vou comigo levar
.
.
.
.
.
O teu retrato
.
.
.
.

Me beijando...
.
.
.
29/10/2006

domingo, 1 de outubro de 2006

ROSTO DE MULHER

Um rosto...
Apenas um rosto
Face de marcas
Perdidas no tempo
Apenas um rosto
Como folhas secas ao vento
Apenas um rosto
Sem identidade
Quem sabe?
Sem lágrimas tontas
Sem saudades
Sem expressão
Um rosto
Com granítica impavidez
Completa lividez.
Em sua tez
Cor não fez
Apenas um rosto
De olhar perdido,
SofridoDe mulher.
Bate o martelo do leilão:
É apenas um coração
De mulher;
Alguém quer?
Dou-lhe uma
Dou-lhe duas
Dou-lhe três.
Ninguém deu lance
Nenhuma chance
Mais uma vez.
Algum mal profundo
fez a mulher ao mundo?
(01/10/2006)

FAXINA

Entre panos de pó vassouras e rodos
Vasculho as teias das minhas lembranças
Enxaguando e torcendo
Lavo as borras da memória
E por vezes, seco lágrimas de saudade.
Vão-se os anos
Esvai-se o tempo
Só não se perde o medo da dor da perda
Ele está lá,
Firme
Inabalável
Inalterável
No fundo do baú
De guardados
Os sentimentos
E o tempo não pára
Corre rápido
Com voraz celeridade
Mas assim mesmo
O medo fica
Lá no fundo
Profundo
Enraizado
Agarrado
Como parasita da vida.
E agora querida?
Fiz-me entendida?
(01/10/2006)

PRESENTE DE NATAL

Um dia
Quando menina
Eu pedi ao Papai Noel
Um boneco bem grande
Bem bonito
Daqueles de massa
Papai Noel não veio.
Mas não perdi a esperança
Continuei a acreditar...
Eu era criança.
E continuei pedindo...
Então um dia ganhei
Não o de massa
Afinal, o tempo passa...
Mas um do meu seio
Vivo, Lindo!
O mais belo presente
Da mais linda noite de natal
Que estrela nenhuma
Jamais anunciou
Mas ainda assim
Não pude brincar
Um outro papai
Que não o Noel
Mas certamente de lá do céu
Para Ele o levou
E ainda hoje
A cada dia que nasce
O Deus-Menino
Eu continuo pedindo
Mas já não posso ganhar
E o meu natal é diferente
Sem festa,Sem presente
No peito só a saudade
Nos lábios uma oração
No olhar brilha a lágrima
Cristalina que no rosto se faz...
E como no meu sonho de menina
Eu continuo pedindo...
28/11/1988

PRESENTE DE NATAL


Um dia
Quando menina
Eu pedi ao Papai Noel
Um boneco bem grande
Bem bonito
Daqueles de massa.
Papai Noel não veio.
Mas não perdi a esperança
Continuei a acreditar...
Eu era criança.
E continuei pedindo...
Então um dia ganhei
Não o de massa
Afinal, o tempo passa...
Mas um do meu seio
Vivo Lindo!
O mais belo presente
Da mais linda noite de natal
Que estrela nenhuma
Jamais anunciou
Mas ainda assim
Não pude brincar
Um outro papai
Que não o Noel
Mas certamente de lá do céu
Para Ele o levou
E ainda hoje
A cada dia que nasce
O Deus-Menino
Eu continuo pedindo
Mas já não posso ganhar
E o meu natal é diferente
Sem festa,Sem presente
No peito só a saudade
Nos lábios uma oração
No olhar brilha a lágrima
Cristalina que no rosto se faz...
Como meu sonho de menina
Eu continuo pedindo...
(28/11/1988)

segunda-feira, 18 de setembro de 2006

Vôo solo da Yara

Vá Yara...
Voe...
Musa de todas a águas
Evapore
Em gotas de água
Novamente se transforme
E volte
A regar suas flores-poesia
De todas as horas.
Voe Yara
O doce vôo da paz conquistada
Voe Yara
Volte
Para nova florada
Te encontraremos
Para nova revoada...
Voe Yara
Das águas
Dos céus
Das flores
Das palavras
...Voe...


18/09/2006
14:35:59

quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Dueto - VÉUS - DoraDBrazil & VÉUS...Mago Poetta


us
DoraDBrazil

À luz do dia
Visto
Insípido
Recluso
Frio
Hábito
De Religiosa
Na penumbra

Tiro
Viro
Vadia
Safada
Ousada
Abusada
Gulosa
Gostosa!


30/08/2006

************************************
Véus...
Mago Poetta

Durante pode ser Religiosa,
Mas com certeza pensas em safadeza;
Quero te vadia...
Quero te com atitudes libidinosas...
Vadia Gulosa... Ousada...
Seus beijos alucinados...
Seus seios a mostrar...
Religiosa pecadora...
Mostre seu desejo fogoso;
Venha ser minha freira amante...
Amante freira...
Espero-te fogosa...


Curitiba, 13.09.2006. 00h43min
Mago Poetta

terça-feira, 12 de setembro de 2006

C Á L I C E!



TODO
Mal
Feito
Executado
Avaliado
Pensado
Repensado
Dias

De
Atirar
Pedras
Adias
Ser
Telhado.
12/09/2006
04:59




segunda-feira, 11 de setembro de 2006

COXAS




Tuas coxas
Entre as minhas
Enroscadas
Nós e laços
Apertando
Mais que braços
Aprisionando
O respirar
Empurrando
Violando
Rasgando
Mexendo
Saindo
Entrando
Fazendo-me
Gozar!!

08/09/06

11 de Setembro

11 de Setembro
3 vezes tive
3 vezes tenho
3 vezes venho
Dos seus meus 3
11 de setembro
Como Fênix
Das cinzas
Gloriosa
Renasço
Forjada
Em rimas
Ferro
Aço
Meu caminho
Caço
Faço
Traço
Passos
Arrumo
Procuro
Acho
Minha
Morada
Quem?
Ironia?
RIA?
Chorava?
Dores
Flores
Explosões
Pedradas
Atiradas
Contadas
Catadas
Empilhadas
Em alicerce
Formada
RISADA!
Alma lavada
Refrescada
Revigorada
Fortalecida
Cabeça erguida
Querida
Sim!
Amo!
Amo
Sim!
Sou Amada!
E tu, poesia safada...
...Nada?!?
Na gaveta
Esmaecida
Esquecida
Encerrada
Tripudia?
Aprecia!
GARGALHADA!!
12/09/200604:49

domingo, 10 de setembro de 2006

RUSGA




Saudades...
- De quem?
Da dama antiga a quem
Confidenciaste esperança?
Que devolveu-lhe certeza
Entesourou-lhe confiança?
Ou da mulher a quem vil resposta
Deste e ofendeste
Exigindo discrição?
Olvidaste-lhe os sentimentos
Em retribuição...
Acaso ouviste rumor insistente
Além do silente
Bater do meu coração?
Superestimas receio e medo
De ti não oculto segredo
De alma limpa a ti venho.
Recíproca garantia de ti;
- Sim ou Não,
- Tenho?

MAKING LOVE



Sim,
Olhe!
Dentro
Dos meus
Olhos
E entra
Devagar
Anda
Penetra
Até o fundo
Vai
Entra
Tira
Põe
Tira novamente
Novamente põe
Mais uma vez
Duas
Três
Vá entrando
Até o fundo
Encostando
O movimento
Aumentando
Entrando
Tirando
Entrando
Tirando
Acelerando
Ando... Acelerando
Mando
Ahhhhhh!
- Gozando!!!!!!!!
Ahhhh...
Náo há nada igual
Que fazer com você
Esse amor virtual!
08/08/2006

sexta-feira, 8 de setembro de 2006

TEU GOZO


Teu gozo
Enlouquece
O cheiro
O gosto
O beijo
Te enfraquece
Me aquece
Cada gota
Me apetece
Ver jorrar.
Me abastecer
Lambuzar!
08/09/2006

ESTRELA POLAR




Por milênios,
Duas estrelas polares
Vagaram por todos os céus, Infinitos
Portais, lugares
Leste a Oeste, Sul e Norte
Sem nunca terem a sorte
De se encontrarem.
E continuaram se buscando
Tateando
Em todas as dimensões
O grande criador penalizado
Com o sofrimento continuado
Uniu as estrelas num só lugar
Nasceu assim a
Estrela Polar
A guiar
Os corações apaixonados.

quarta-feira, 6 de setembro de 2006

Para meu filho


Hoje,
tampouco amanhã
Nada comemoro

Somente choro
Estou de luto
Dolorida
Sofrida
Saudosa
Amorosa
Data de lembranças
E dores
26 anos atrás
Separei-me de Um
Dos meus amores
Não é fácil!
Saudades de você,
Meu filho
Marcio

04/03/1976 06/09/1980

PÁTRIA AMADA

PÁTRIA AMADA

Salve!
Salve Pátria!

Mal amada
Enganada
Pisada
Humilhada
Desmoralizada
Roubada
Expoliada
Vilipendiada
Estuprada
Violada
Encarcerada
Aterrorizada
Cerceada
Encuecada
Sanguessugada
Topeirada
Emalada
Mal administrada
Desgovernada
Aturdida
Invadida
Iludida
Injustiçada
Desunida
Invencida
Unida
Resolvida
Querendo uma saída
Esperançada
Esperada
Acertada
Respeitada
Salvadora
Promissora
Vencedora
Pátria Amada
Idolatrada
Brasil!

segunda-feira, 4 de setembro de 2006

APAZIGUANDO


Disseste apenas Brigadu
De forma fria, comedida, sem volume
Olhei teu retrato ao lado
Vislumbrei em teus olhos o lume
O cenho a franzir-se zangado
Sentiste de mim, ciúme?
Comovida com tal reação
Acheguei teu retrato ao seio
Aninhei-te bem no meio
Em terna apaziguação
Sentirias assim meu perfume
E o queixume
Do meu coração.











domingo, 3 de setembro de 2006

ESTRELA CADENTE



Já é madrugada e o sono não veio
No ar vibra estranha inquietação.
Saio à rua e fico lá, parada, bem no meio
Olhando embevecida, jóias estelares
Brilhando na escuridão.
Nenhum som, grito ou gemido
Nem mesmo um latido
A intrometer-se nessa interação
De um ser solitário, um grão de areia
Encimada em dunas de emoção.
Do nada, um brilho coruscante
Corta célere a imensidão
Levando ou trazendo, quem sabe;
A harmonia, doçura e perdão.
Estática, acompanho
Dessa estrela brilhante a jornada
Fazendo súplice e contrita oração:
Que todas as dores sejam curadas
Todas as guerras terminadas
Todo ódio dissipado
Naquele brilho iridescente levado
Bem preso e amordaçado e
Na masmorra do infinito
Seja eternamente guardado.
Prevalecendo na Terra então,
A paz e o amor entre irmãos.

quarta-feira, 30 de agosto de 2006

RETRATO




Máscara esculpida ocultando horrores
Imutavelmente indecifrável e rígida
Ferreamente dissimulando dores
Forjadas em tantas vidas.

Geografia de face descoberta
Evidencia sulcos de amargura
Sonhos desfeitos em densa floresta
Sementes de esperanças lançadas em terra dura.

Histórias de lutas gravadas pelo tempo
Grifando doces venturas e lentas agonias
Registro valioso de lacrado documento
Adições de fé e multiplicações de divididas alegrias.

Eis fiel retrato do ser humano
Aprendiz de contínuo caminhar
Viandante estelar de outro plano
Em infindo aprendizado de amar.

segunda-feira, 28 de agosto de 2006

TERRA PLANETA AZUL

procuro de leste a oeste
de morte a sul
o maravilhoso mestre
construtor do planeta azul
quero lhe beijar as mãos
em sincero agradecimento
por essa dádiva maravilhosa
mas também pedir perdão
por tratarmos seu presente
de forma tão vergonhosa

CAÇADA

Rasgo a noite em uivo agudo
Desafiando matilha solta
Responde-me o silêncio mudo
Intimidado com loba afoita.

Andar leve em prado vazio
Farejo; procuro e acho.
Sou inquieta loba no cio
Caçando seu par, seu macho.

Vislumbro belo exemplar negro
Com seus pêlos eriçados
À minha espera, sem medo,
Ansiando ser caçado.

Os dentes em poder arreganhando
Exalando pelos poros seu cheiro
Instinto animal desafiando
Estimulando entrega por inteiro.

Passo a passo aproximando
Olhos nos olhos a fitar
Sem delongas vai tomando
O que a loba quer entregar.

Gloriosos uivos lancinantes
Ecoam pela noite adentro
Alcoviteira dos lobos amantes
Denunciados por traiçoeiro vento.


ALMA

A singularidade do ser humano
É justamente a busca do sentido
Da realidade interior perscrutando
Saber da alma o seu destino.

À procura de um eixo apoiador
Do Criador se aproxima
Querendo dar à vida espiritual
Gemas preciosas para a alma.

Nessa jornada de potencialidades encetada
Guiando-se por bússola interior
Encontra em arbítrio verdadeira liberdade
Ou apenas um laço aprisionador.

Disciplina espiritual é elemento de transformação
Diária contenda na faina da alma
Oficina das pequenas obras e gentilezas
Sendo revelante natureza de boa ou má ação.

Se em provas uma alma padece
Vencida por terrores de fantasmas negativos
Pode ainda através de suas dores e dificuldades
Angariar lições para crescimento positivo.

Alma enfrentando dura jornada terrena
Escola transformadora dos de boa vontade
Tem no amparo da Vontade Suprema
Justo alívio e felicidade.


domingo, 27 de agosto de 2006

SABEDORIA DO CRIADOR

Tudo na vida tem seu ciclo.
Nada, nenhuma folha cai no chão,
se não estiver no ciclo correto de desprender-se do galho.
Assim também somos.
Temos o tempo de ser semente, botão germinante,
Muda no tempo de transplante, árvore nova crescendo,
tomando forma, adquirindo galhos.
Uns tortos outros perfeitos,
mas cada um com seu propósito.
O galho torto, novinho, vê o maior vicejando
e tenta seguir seu exemplo.
O galho forte e robusto, já suporta tempestades e ventos.
Mas lembra que também foi pequeno e fraco;
e abriga o galho adolescente.
Aos poucos, grosso tronco toma forma.
As raízes então, finas e pequenas, agigantam-se.
Precisam esforçar-se mais, cavando o chão duro,
para dar suporte a tanto vigor.
Surgem então as flores, encantando com tanta beleza.
Mas elas murcham e caem,
surgindo o botão que gera os frutos.
Uns são doces; outros ácidos e amargos,
mas todos com sua função na natureza.
Alguns pequenos e fracos, não vingam.
Outros insistem, lutam desenvolvendo apetitosa forma.
Novamente o tempo age; e de verdes, eles ficam coloridos,
bonitos, prontos para a colheita.
Uma vez mais a natureza serve a própria natureza,
completando mais um ciclo, ao ser saboreado.
Seu caroço-coração, semente ao léu jogado,
vai novamente germinar.
Vida nova a brotar.
Interminável forma,
do Criador amar.

RECADO



Anjo meu,
A você dedico palavras
Doces recados
Em versos disfarçados
Flechadas à distância atiradas
Mirando escolhido coração.


sexta-feira, 25 de agosto de 2006

Ó sempre encantado sonho dos meus sonhos
Ser do meu ser congênito
Ainda não me revelara e já te pressentia em mim.
Foste o invisível companheiro da minha infância sem ricos brinquedos.
O boneco-menino que antecipou a maternidade
No embalo imaginário dos meu braços vazios.
O namorado impossível
Que violou a pura adolescência virgem.
Estiveste comigo em todos os momentos de beleza
Foste invisível ombro em instantes de tristezas
São teus meus filhos e meus versos.
A concepção de uma vida perfeita
Afastou do meu senso lógico
A possibilidade da plenitude amorosa
Tantas vezes te traí, mas fui eu a enganada
Tive-te de permeio em todos os meus enlaces
E não conheci teu corpo.
Foste a obsessão da minha juventude
Sabia que estarias em encantada festa
Mas não tive pompa ou cerimônia
Fiquei a olhar somente pela fresta
Na vã esperança da magia
Com que atrairia teus olhos
Estou certa de que tudo lerás
Não importa quando nem onde
São nossos o tempo e o espaço
Então uma lágrima
De compreensão absoluta rolará,
Vencendo todo o infinito que nos separou.
Sonhei dormir o sono derradeiro
No calor do teu peito, aninhada em teu leito
Não sei se poderá ser,
Mas aqui deixo nestes versos
Que teu olhar acariciará um dia,
Minha forma de música que
Vibrará nos teus lábios e repousará na tua memória,
Pois dou à tua alma-romance
Meu rosto canção em forma de mensagem
Escrita com tinta do coração.

quinta-feira, 24 de agosto de 2006

NOSSO MOMENTO



Que você me tome nos braços
E me cubra de beijos
Encoste seu desejo
Na minha úmida vontade de amar
Que nossos corpos se achem
Nossas pernas se entrelacem
E meus lábios se abram
Para receber sua língua falo num beijo flor
E seu pássaro ternura Encontre abrigo na abertura
Do meu ninho de amor
E juntos voemos
O doce vôo da paz alcançada
E na delícia de dois corpos suados
Pouse então o desejo saciado
Pela entrega do seu corpo
Em meu corpo,
Meu amado!





quarta-feira, 23 de agosto de 2006

PAIXÃO PROIBIDA

Para você é meu pensamento
Meu sonho mais bonito
Especial sentimento
Ao meu amigo favorito

Com quem tu estejas
A mim não diz nada
Mesmo que seja
Outra, a tua amada.

Sei que tens guardado
Um precioso cantinho
Em teu coração reservado
A mim, com todo carinho.

Não posso ofertar-te
Regalo mais opulento
Em segredo amar-te
É meu maior tormento.

segunda-feira, 21 de agosto de 2006

NÓS DOIS



Sou quem você há muito espera
Parceira dos sonhos mais bonitos
Sua fêmea, sua amada, sua fera
Sua cúmplice dos desejos proibidos

A amante madura e deliciosa
Mulher sensual e abusada
Que te saboreia de forma gulosa
Em flor abrindo-se despudorada.

Seu doce orvalho sorvendo sofregamente
Em aromas aspirando inebriada
Seu corpo palmilhando lentamente
Buscando iguaria jamais saboreada...

domingo, 20 de agosto de 2006

DEVANEIOS

Hei,
Estou aqui
Existo
Sinto
Vejo
Falo
Choro
Olho
Ouço.
Olhe-me também
Com todos os sentidos
Ouça
Agudos gemidos
De quem te chama
Louca
Desvairada
Apaixonada
FaleDiga o que te vai n’alma
Se é real ou imaginário
Se te enfureces
Ou acalma
Sinta
Como te sinto
Puro
Belo
Másculo
Singelo
Amante
Cantante Amigo
Sigo
Te vendo
Sentindo
Beijando
Cheirando
Rindo
Querendo
Possuindo
Amando
Ou morrendo
E esse amor
Eternizando.


















IMPOTENTE SENTIMENTO

Impotente sentimento
Queria apertar-te nos braços

Cobrir-te de beijos
Seguir com você
Passo a passo,
Todos os caminhos do amor
Saciar meus desejos.
Já não sei se é amor,
Feitiço ou loucura
Não sei que nome tem isso afinal
Se é doença
Não sei se tem cura
Paixão ou instinto animal?
Sei que o que sinto,
É bem forte e real.
No meu peito arde uma chama
Que me consome e arrasta,
Por noites e noites insones
Plenas do clamor que de dentro emana.
Fogo de pura força estranha,
Que me impele
Quando quero recuar;
Me arrasta
Quando quero ficar;
Que acende
E não quer se apagar.
Sei que não devo
Tento fugir.
Sinto que não posso
Mas não sei resistir.
Tua indiferença
Aumenta meu sofrer,
Mas se muito te quero,
O que posso fazer?

IMPOTENTE SENTIMENTO


Queria apertar-te nos braços
Cobrir-te de beijos
Seguir com você
Passo a passo,
Todos os caminhos do amor
Saciar meus desejos.
Já não sei se é amor,
Feitiço ou loucura
Não sei que nome tem isso afinal
Se é doença
Não sei se tem cura
Paixão ou instinto animal?
Sei que o que sinto,
É bem forte e real.
No meu peito arde uma chama
Que me consome e arrasta,
Por noites e noites insones
Plenas do clamor que de dentro emana.
Fogo de pura força estranha,
Que me impele
Quando quero recuar;
Me arrasta
Quando quero ficar;
Que acende
E não quer se apagar.
Sei que não devo
Tento fugir.
Sinto que não posso
Mas não sei resistir.
Tua indiferença
Aumenta meu sofrer,
Mas se muito te quero,
O que posso fazer?









Queria apertar-te nos braços
Cobrir-te de beijos
Seguir com você
Passo a passo,
Todos os caminhos do amor
Saciar meus desejos.
Já não sei se é amor,
Feitiço ou loucura
Não sei que nome tem isso afinal
Se é doença
Não sei se tem cura
Paixão ou instinto animal?
Sei que o que sinto,
É bem forte e real.
No meu peito arde uma chama
Que me consome e arrasta,
Por noites e noites insones
Plenas do clamor que de dentro emana.
Fogo de pura força estranha,
Que me impele
Quando quero recuar;
Me arrasta
Quando quero ficar;
Que acende
E não quer se apagar.
Sei que não devo
Tento fugir.
Sinto que não posso
Mas não sei resistir.
Tua indiferença
Aumenta meu sofrer,
Mas se muito te quero,
O que posso fazer?










sábado, 19 de agosto de 2006

LIBERDADE



Flâmulas ao vento
Bandeirolas soltas
Asas em movimento
Folhas em revoadas
Partículas explodindo
Em furioso tornado
Desejo indo e vindo
Plenamente saciado.

sexta-feira, 18 de agosto de 2006

MESTRE E APRENDIZ



Na vida somos todos aprendizes
De maior ou menor importância
Lições tiradas de marcas e cicatrizes
De amor ou intolerâncias
O aprendiz está sempre buscando
Aprendizados aprimorar
Outros aprendizes também vão tentando
Querendo a mestres chegar
Mas dedos em riste apontando
Qual infame arma a metralhar
Continuísmo falho desqualificando
Tolo aprendiz a mestre almejar
Não há demérito em ser aprendiz
Cujas falhas podem ser corrigidas
Triste mesmo é ser algoz
Comprazendo-se em abrir feridas
A aprendizes, vagas sempre estarão abertas
A qualquer tempo e idade
O requisito é somente mente aberta
Coração puro e boa vontade
O cargo de Mestre há muito foi preenchido
Em grandiosa obra de luz
O currículum exigido
Foi apenas ser Jesus.

































terça-feira, 15 de agosto de 2006

COMO TE AMO


Eu te amo assim
Sem pensar em mim
Sem lucidez
Sem reclame
Sem rumo
Sem nada pedir.
Eu te quero
Mais que tudo
Mais que o nada
E o infinito.
Sem limite
Sem medida
Sem cronômetro
Sem tamanho
Sem tempo
Só eu e você.

Sentimento solto ao vento
Você e Eu
Mais nada.

Unos...
Caminhando
nossa estrada.


COMBATES DE AMOR

Minha batalha é ser mulher
Guerrilha travada pelos quatros costados
Em mil obstáculos buscando o que quer
Preconceitos à espreita, impiedosos soldados.

Quando busco e caço, sou pistoleira
Quando almas aproximo, alcoviteira
Quando não me contenho, descarada
Quando em dogmas abstenho, dissimulada.

Na batalha da paixão, todas as armas são válidas
Esgrimando corpos em guarda aprumada
Lançando setas ao coração
Como caçadora espero ser caçada.

Tornando-me presa em sensual cativeiro
Cerro portões libertando vontades primitivas
Em seus braços, subjugada por inteiro
Não almejo liberdade; sou eterna cativa.

VOLÚPIA


Fecho os olhos e sinto suas mãos em meus seios
Provocando ondas de desejo...
Recebo sua respiração morna
Desafiando minha resistência
Meu pudor...
Um frenesi lascivo toma-me o ventre
Espasmos doloridos
De vontades não satisfeitas
Quando minhas coxas se abrem
Ao seu invisível toque de dedos mágicos
Dedilhando notas m úmida sensibilidade.
Meu corpo todo se retesa em arco num mudo pedido
De mais...
Muito mais...
Minha carne queima
Consumida em labaredas alucinantes
Fantasio que toma-me em alucinado desvario
Meu desejo cavalga em invasivo falo
Esgarçando-me os sentidos.
Arrebanhando-me em delícias
De vertiginosa viagem
Um despedaçar de prazeirosas pétalas
Cintilantes partículas multicoloridas
Explodem como bolhas de sabão
Gozo de arfante respiração.

terça-feira, 8 de agosto de 2006

Olhe!
Dentro
Dos meus
Olhos
E entra
Devagar
Anda
Penetra
Até o fundo
Vai
Entra
Tira
Põe
Tira novamente
Novamente põe
Mais uma vez
Duas
Três
Vá entrando
Até o fundo
Encostando
O movimento
Aumentando
Entrando
Tirando
Entrando
Tirando
Acelerando
Ando...
Acelerando
Mando
Ahhhhhh!
- Gozando!!!!!!!!
Ahhhh...
Náo há nada igual
Que fazer com você
Esse amor virtual!

domingo, 6 de agosto de 2006

MOMENTOS





Ouça o barulho do mar
deixe seu interior fluir,
aprecie sentir
todo amor e carinho
que a natureza tem por você.
Ouça de olhos fechados,
sinta um abraço apertado,
até quase sufocar.
Se ouvir um batidão,
não se assuste;
é algum coração
querendo se comunicar.
Apenas sinta
A Vida!


quarta-feira, 2 de agosto de 2006

PAPEL E LÁPIS

Com papel e lápis, pretos ou coloridos
escrevo, desenho, pinto, crio,
falo sozinha
depois relendo, vendo, ou somente olhando
converso comigo mesma.

Firmo pequenos passos
engatinho, tento, arrisco, rabisco
traços em linhas tortas, pontos
curvas, retas riscos
Faço nuvens, terra e ondas.

Com papel e lápis, pretos ou coloridos
eu falo de amor
detalhando momentos
entalhes de lágrimas
de todas minhas dores
registro de minhas
alegrias.

Falo por um bom tempo
para ninguém
Ou alguém alhures, distante
me ouve,
por um instante também.


quarta-feira, 26 de julho de 2006

BALÉ DO LIVRO


Em alva folha, um passo por vez
Delicada e tímida, ensaia finos riscos
Bailarina graciosa, em leve timidez

Que aos poucos se transforma
Agora não mais são rabiscos
Letras compõem, meio sem norma

Prosaicas frases ainda sem título
Formam parágrafos qual chuvisco
De idéias geradas, formando capítulo.

Como filho que cresce sob olhares do pai
Com jeito a cria engatinha
Com desejo de chegada, firme andando vai

Aumentando os passos, ávido escritor
Cada vez mais célere ele caminha
E com ritmada criação, evolui o autor

Retoques finais vão sendo dados
O tempo urge, não pode parar
Acertos e notas, sendo terminados

É chegada hora da capa criar
Então finalmente prelado
Orgulhosamente, vai o mundo rodar.
26/07/2006

sábado, 22 de julho de 2006

GRITO DE REVOLTA DE UMA BRASILEIRA




A anarquia na terra do Ipiranga está tomada
Impondo medo a um povo acuado todo instante
Num mar de lama todos os jogos sujos
Correm soltos pela nação incessantes.

E a nódoa dessa impunidade
Que nos envergonha qual consorte traído
Deixa estupefata uma sociedade
E o cidadão esperando a própria morte

Ó Pátria amada
Enganada
Salve-se, Salve-se

País imenso de um povo lívido
O terror e a desesperança nessa terra cresce
Nosso futuro que era promissor e límpido
Agora Tiradentes enlouquece

Uma terra abençoada pela natureza
Em ganância vem sendo roída por cães, qual osso
Sofre o pobre que não tem nada à sua mesa.

Desses pobres filhos, és mãe gentil?
O que é isso pátria amada
Até quando Brasil?

Sentado ou voando segue indiferente
Cuidando de seus interesses um cego surdo-mudo
Manipulando a mídia como lhe apetece
Deitando falácia, quer ser novamente presidente

País de carnaval como símbolo
Nem no futebol tem brilhado
Atado em cordel por uma cúpula
Como marionete vem sendo manipulado

Quando se espera da justiça a mão forte
Mais uma vez, somos enganados
Dando regalo a quem leva anarquia de sul a norte.

Terra saqueada
Por gente vil
Terra invadida
És Tu, Brasil!

Desses pobres filhos, és mãe gentil?
O que é isso camarada
Até quando Brasil?

domingo, 9 de julho de 2006

REMINISCÊNCIAS de Dora

Ah gente ... que saudades...
Eu comecei a ouvir essa música e voltei no
tempo, viajei no filme da minha vida.
De repente era ainda menina, bonita e sonhadora.
Meu pai meigo, chamava:"vem cá Dodôra,
vamos ver o o sol dar seu último mergulho antes
de ser engolido pelo escuro".
E com todos os filhos em volta, sentava na pedra
na margem do rio Taquari,
nos fundos da pensão da minha avó.
E alí, com um velho violão faltando cordas
ele dedilhava músicas que ele mesmo inventava,
só para nos ver sorrir.
Assim passei a meninice,
correndo rápido como as águas
do velho rio, comendo peixe
e cantando folias do Divino.
Ah Coxim... ah Taquari,
que um dia quase levou meu pai e meu irmão.
Achei que tinha chorado todas minhas lágrimas naquele dia.
Jamais pensei que ainda lágrimas verteria,
quando um outro rio, levou meu filho.
Agora, não olho mais o Taquari, nem o Coxim,
e fico assim, com a garganta doendo
e as lágrimas escorrendo,
quando percebo que a dor ainda não se foi.
A lembrança ainda dói, a saudade corrói,
mas a esperança...
ah, a esperança...essa não se foi.
De um dia, como o sol,
no horizonte do meu tempo mergulhar,
e novamente ouvir meu pai tocar.
Nesse dia,
Todas as lágrimas irão secar...
Para sempre.

quarta-feira, 28 de junho de 2006



Voz veludosa tens meu bem
Acaricia-me o ouvido
Cortejando minha alma
Bolinando meus sentidos
Envolvente e calma
Incitando em libídicos tons urgentes
Mesclada volúpia e euforia
Em presentes vontades e tormentos


ORQUÍDEA



Tu és minha paixão
Proibido e secreto amor
Te amo em solidão
Despetalando coração em dor
Tua orquídea eu sou
Flor rara só para você
Aberta em puro amor
Exposta em profundo querer.





sábado, 10 de junho de 2006

POETA DO AMOR

Poeta do amor
Que meu desejo incita
Expõe à minha avidez seu vigor
Em maliciosos movimentos me excita.

Língua atrevida qual serpente fria
Pelo meu corpo desliza suavemente
Convite íntimo para banquete e orgia
Onde te sacias e fartas gulosamente.

Meus recônditos cantos e dobras
Saliente desejo se esfrega
Seduzindo em deliciosas manobras
Até derradeiro momento de entrega.

Induz-me em desinibida loucura
A galgar píncaros ardentes
Produzindo voluptuosa abertura
Para seu fatal golpe de amante.

04/09/2006

sexta-feira, 9 de junho de 2006

ENCONTRO


Nunca perdi a esperança
De novamente amar
Voltar a se doar, se entregar
Ter confiança, confiar.
Nem mesmo com o tempo
Contra meus sonhos
Voado como o vento.
Continuei seguindo
Acreditado
Buscando
Um grande amor para viver
Ser feliz, rir
E esquecer
Todos os desenganos.
Um dia, nessas curvas da vida
Que a gente vai virando
Senti o coração pular
Loucamente a me avisar:
É ele ...
Chegando!

05/09/2006