domingo, 9 de julho de 2006

REMINISCÊNCIAS de Dora

Ah gente ... que saudades...
Eu comecei a ouvir essa música e voltei no
tempo, viajei no filme da minha vida.
De repente era ainda menina, bonita e sonhadora.
Meu pai meigo, chamava:"vem cá Dodôra,
vamos ver o o sol dar seu último mergulho antes
de ser engolido pelo escuro".
E com todos os filhos em volta, sentava na pedra
na margem do rio Taquari,
nos fundos da pensão da minha avó.
E alí, com um velho violão faltando cordas
ele dedilhava músicas que ele mesmo inventava,
só para nos ver sorrir.
Assim passei a meninice,
correndo rápido como as águas
do velho rio, comendo peixe
e cantando folias do Divino.
Ah Coxim... ah Taquari,
que um dia quase levou meu pai e meu irmão.
Achei que tinha chorado todas minhas lágrimas naquele dia.
Jamais pensei que ainda lágrimas verteria,
quando um outro rio, levou meu filho.
Agora, não olho mais o Taquari, nem o Coxim,
e fico assim, com a garganta doendo
e as lágrimas escorrendo,
quando percebo que a dor ainda não se foi.
A lembrança ainda dói, a saudade corrói,
mas a esperança...
ah, a esperança...essa não se foi.
De um dia, como o sol,
no horizonte do meu tempo mergulhar,
e novamente ouvir meu pai tocar.
Nesse dia,
Todas as lágrimas irão secar...
Para sempre.