Magia de uma amizade
(para Angela-Maga-estrela)
Somos seres distantes
ausentes, presentes
no momento em que pressentes
que mesmo ausente
sentes o que nenhuma outra sente;
a presença de alguém distante.
No instante, qualquer instante
em que somos buscantes
eternas buscantes
de uma outra parte nossa
mesmo conflitante.
Se pedaço sou de ti,
pedaço és também de mim
o tempo não importa a quem
e como chegar à porta
de sermos uma da outra parte,
que nem sempre reparte
e quem parte, nem sempre
fica com a melhor parte.
A vida é uma arte
e a intensidade, não importa
em que cidade
é sempre sentida
pois na partida mesmo sem despedida
leva-se um pouco da vida vivida
em contrapartida, quem fica
não sofre menos de quem parte
então somos duas partes
sempre desassossegadas
buscando cada qual
o caminho em todas as estradas.
Parecer, ser ou não ser
como explicar, como entender
quem sou eu, quem é você...
Somos parte desse universo
de tantas portas
de outras tantas comportas
de todas as emoções
vividas, sentidas
sofridas
em chegas, idas e vindas
partidas...
O tempo não retrocede
não mede distâncias
não tem referências
ou cartas de apresentação
o tempo não diz sim a todo tempo
port antas vezes diz não.
E em cada fala
tantas outras se calam
talvez para não ressuscitar
tantas dores de outro coração.
Uma estrela morre
mas o brilho dela permanece
pois quem ama uma estrela
mesmo pequenina, anã
estrela-menina-temporã
jamais dela esquece..
Estrelas mortas ou vivas
serão sempre vivas sempre-vivas
no jardim da imaginação
nos prados de carinho
nos campos do coração.
Sempre serão
flores da paixão
odores de maracujá...
Preciso mais falar?
In-tenso, imenso, intenso
contrasenso... penso.. existo...
Se penso, que sempre estou a voltar
não penso, o senso intenso
não deixa para sempre
nas sombras, na penumbra ficar...
Levanto meus vôos-solo
aterrisso, decolo
choro, brigo, amo, peço colo.
Não sou enigma, tampouco esfinge...
Esquece tudo, finge
que voei, voei,
passeei
e mesmo
com calmaria, tempestade
cedo ou tarde irei retornar.
Nas minhas viagens
por tantas paragens
dou asas à voragem da alma
sem bagagem buscando
da vida o sentido, ouvindo
falando, calando, sofrendo
amando...
amando...
retornando
para sempre
Amar!
