terça-feira, 24 de julho de 2007

AGONIA


Noite escura e fria
Arrepios de saudade
Perpassam-me o ser
Buscando-te!
Imenso vazio da tua ausência-presença
Avivando chamas ardentes de memórias
Que queimam dolorosamente
Te ouço dentro de mim
Chamando em tom urgente
A correr para ti.
Vejo-te a correr também assim
Incansável e rápido como o vento
Forte como o aço a percorrer
O espaço que nos separa.
A preencher meu pensamento louco
Para estar em teus braços
Sinto frio
O frio ôco-sêco marcante da tua presença-ausência.
E calor
O calor
Dos beijos que jamais dei
Todos guardados pulsantes
E agonizantes em meus lábios.
A noite avança.
Mergulho no escuro-noite dos teus olhos
Que encontro dentro dos meus a olhar-me
No espelho da minha alma.
Rola uma lágrima.
Desce doce e quente como lava
E se aloja no canto da boca.
Sinto o gosto, o sabor do teu corpo
Que nunca provei
E talvez jamais saberei.
Já é madrugada.
A angústia apenas cresce e a saudade
Cada vez mais envolve-me em sua teia.
Não tenho para onde ir.
Em todos os lugares você está
Preenchendo meus vazios-frios-ôcos-sêcos.
Aquecendo vontades não satisfeitas
Incendiando, prostrando
Deixando-me aniquilada.
A madrugada nua
Banhada por raios já dourados
Não consegue iluminar
Meu coração apaixonado.
É dia.
Que noite!
Que dia!
Vida vazia...
... sem você
Meu bem querer!
Agonia...
Sozinha...
Vem prá mim.

21:07:16 - 17/09/2006
06:05:12 - 18/09/2006

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