Eu sonhei um sonho estranho.
Sonhei com uma estranha árvore:
De um lado era uma laranjeira,
De outro, uma macieira.
E eu a chamei de árvore do engano.
Embora frondosa e majestosa,
Sonhei com uma estranha árvore:
De um lado era uma laranjeira,
De outro, uma macieira.
E eu a chamei de árvore do engano.
Embora frondosa e majestosa,
suas sombras eram traiçoeiras.
Faziam com que o viajante incauto, inocente e confiante
Faziam com que o viajante incauto, inocente e confiante
se visse envolto e preso em seus galhos como
num abraço de serpente.
O que deveria ser guarida de jornada longa e cansativa,
O que deveria ser guarida de jornada longa e cansativa,
transformava-se em armadilha cruel.
Seus galhos, como braços fortes, não protegiam: asfixiavam.
Suas folhas, embora verdes, brilhantes, e aparentemente tenras,
Seus galhos, como braços fortes, não protegiam: asfixiavam.
Suas folhas, embora verdes, brilhantes, e aparentemente tenras,
eram amargas e toxicas;
jamais forneceriam revigorante chá ou bálsamo
para feridas profundas e dolorosas.
Em meu sonho, eu tentava obter uma pequena árvore daquela espécie;
Em meu sonho, eu tentava obter uma pequena árvore daquela espécie;
acreditava que com amor, carinho e dedicação,
eu
conseguiria transformá-la numa arvore de um só doce fruto.
Eu estava errada,
Eu estava errada,
embora tenha despendido anos de dedicação
amorosa,
a árvore jamais deu um único doce fruto.
Toda sua produção era de lindos, brilhantes e magnificamente robustos frutos;
Toda sua produção era de lindos, brilhantes e magnificamente robustos frutos;
infelizmente, nenhum era tenro e doce.
Era a árvore do engano;
Era a árvore do engano;
mostrava uma coisa e era outra completamente
diferente.
O mais estranho e que essa árvore tinha duas raízes completamente iguais,
O mais estranho e que essa árvore tinha duas raízes completamente iguais,
e somente quem a amasse exatamente como ela
era,
podia vê-la em sua profundeza:
Uma pobre árvore destinada a ser solitária.
Ela gostava de se esconder atrás de uma aparência magnifica
Ela gostava de se esconder atrás de uma aparência magnifica
para atrair desavisadas criaturas
e chacoalhar seus galhos sobre elas:
era a risada da árvore ante a inocência dos
pobres e humildes viajantes,
e ao mesmo tempo,
era o choro de pesar da árvore ante sua
infinita desdita.
Pobre linda árvore!
09/12/2014 - 11:22 p.m.- doradbrazil ( um sorridente peixe fora d'agua )