domingo, 3 de setembro de 2006

ESTRELA CADENTE



Já é madrugada e o sono não veio
No ar vibra estranha inquietação.
Saio à rua e fico lá, parada, bem no meio
Olhando embevecida, jóias estelares
Brilhando na escuridão.
Nenhum som, grito ou gemido
Nem mesmo um latido
A intrometer-se nessa interação
De um ser solitário, um grão de areia
Encimada em dunas de emoção.
Do nada, um brilho coruscante
Corta célere a imensidão
Levando ou trazendo, quem sabe;
A harmonia, doçura e perdão.
Estática, acompanho
Dessa estrela brilhante a jornada
Fazendo súplice e contrita oração:
Que todas as dores sejam curadas
Todas as guerras terminadas
Todo ódio dissipado
Naquele brilho iridescente levado
Bem preso e amordaçado e
Na masmorra do infinito
Seja eternamente guardado.
Prevalecendo na Terra então,
A paz e o amor entre irmãos.

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